Poucos minutos após oficializar a saída do técnico Paulo Autuori do Vasco, os dirigentes cruz-maltinos concederam uma entrevista coletiva para explicar a saída do treinador, que ficou apenas três meses à frente da equipe. O presidente Roberto Dinamite, sentado ao lado do diretor geral Cristiano Koehler e do diretor de futebol Ricardo Gomes, foi o primeiro a falar. Embora não tenha escondido o desapontamento, tentou transmitir confiança aos torcedores e prometeu anunciar antes do clássico com o Flamengo, no domingo, um substituto de peso. O nome preferido é Dorival Júnior, que tem encontro marcado com Ricardo Gomes nesta terça.
- O Vasco tem que se ajustar internamente e buscar outro treinador de ponta. Esse momento, como presidente do Vasco, é o momento mais claro e centrado com relação ao que o clube pode conseguir fazer e cumprir - disse Dinamite.
Responsável por ter convencido Paulo Autuori a dirigir o Vasco, Ricardo Gomes se mostrou incomodado com a atitude do treinador, que esteve pela manhã em São Januário apenas para se despedir do elenco. Na última quinta-feira, o diretor de futebol havia assegurado a permanência do comandante. No entanto, assim como Roberto Dinamite, prometeu uma solução que agrade ao torcedor cruz-maltino.
- Estava muito confiante na permanência do Paulo. Mas errei feio, passei do ponto. Mea culpa. Ainda não começou a negociação com o novo treinador, mas conversa, sim. Conheço um pouco e sei que vai agradar a torcida do Vasco. Esse é o nosso principal objetivo. Não vou falar de nomes. Mas já comecei os contatos e teremos, se não for hoje, amanhã uma indicação.
O principal motivo para o pedido de demissão de Paulo Autuori foi o fato de o Vasco não ter conseguido cumprir a promessa de quitar os salários atrasados no último dia 5. O diretor geral do clube, Cristiano Koehler, confirmou o acordo. Porém, saiu em defesa do clube, ao afirmar que, no contrato do treinador, havia cláusula que exigia o pagamento em dia a partir do mês de julho, algo que ainda estaria dentro do prazo.
- No contrato do Paulo tinha uma cláusula de que a partir de julho os salários ficariam em dia. E no nosso entendimento os salários de julho são pagos em agosto. Não falta muito, gente. Em breve poderemos anunciar patrocinadores e outras ações que vão reforçar nosso caixa. Vamos fazer com que todos possam receber, não só a dívida que existe, mas os pagamentos correntes - disse Koehler.
Após a derrota sofrida por 5 a 3 para o Internacional, no último domingo, o dirigente, ao lado de Ricardo Gomes e do presidente Roberto Dinamite, tentou demover Paulo Autuori da ideia de deixar o clube. Na segunda-feira à noite, houve outra reunião, mas o técnico estava irredutível. O fato frustrou o diretor geral, que esperava mais jogo de cintura do comandante.
- Eu pessoalmente me frustrei como CEO do clube porque imaginei que ele pudesse ter a flexibilidade de compreender o momento que o Vasco vive e que outros clubes também. Se não tivesse perspectivas poderia fechar as portas. Lamento, é uma posição pessoal do Paulo. Respeitamos, apesar de entender que ele poderia ter essa flexibilidade - prosseguiu Koehler.
Enquanto não anuncia um novo comandante, o time do Vasco será treinado por Jorge Luiz, ex-zagueiro do clube e auxiliar técnico. Na manhã desta terça-feira, em São Januário, o ex-jogador já dirigiu a equipe em um jogo-treino contra o Bonsucesso.
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