Edmundo Alves de Souza Neto, vascaíno de coração, nasceu em Niterói, no dia 02 de abril de 1971, e nunca fez questão de esconder seu sentimento pelo Gigante da Colina, mesmo quando atuava por outras equipes. Além de decisivo no tricampeonato em 1997, sempre demonstrava muita garra e genialidade dentro de campo, colecionando inúmeros títulos e prêmios ao longo da carreira.
Após se destacar nas categorias de base da Colina, Edmundo estreou no dia 26 de janeiro de 1992, contra o Corinthians. Mesmo sem marcar gol, mas com uma boa atuação, viu o Vasco golear por 4 a 1, em pleno Pacaembu. Por falar em gols, seu primeiro foi marcado no mês seguinte, na goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-MG, em Minas Gerais.
Logo em seu primeiro ano como profissional, Edmundo foi fundamental para o título invicto do Campeonato Carioca. O atacante fez o gol de empate contra o Flamengo, na última partida da competição, que garantiu a invencibilidade do Cruzmaltino.
No ano seguinte, devido às grandes atuações no Gigante, Edmundo foi transferido ao Palmeiras, onde foi campeão de quase tudo entre os anos de 1993 e 1994. Porém, não conseguiu ficar muito tempo longe de São Januário, onde voltou em 1996, se emocionando com a demonstração de carinho da torcida em sua reapresentação.
Naquele ano, o time do Vasco estava em formação, com jovens que ganharam a chance de jogar no elenco profissional, como Juninho Pernambucano, Pedrinho e Felipe. Experiência fundamental que fizeram Edmundo explodir no futebol em 1997
O show
Durante o Campeonato Brasileiro de 1997, Edmundo encantou com seu futebol, mas, no dia 11 de setembro, o craque escreveu definitivamente o seu nome na história do Brasileirão ao fazer os seis gols do Gigante na goleada diante do União São João, recorde de gols marcados por um só jogador em uma partida na principal competição nacional que dura até hoje.
Já na semifinal da competição, Edmundo, em uma noite inspirada, fez a Cruz de Malta brilhar mais forte marcando três gols na goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo, resultado que classificou o time para a final. Neste jogo o “Animal”, como ficou eternizado pelo narrador esportivo Osmar Santos, quebrou o recorde de gols em uma edição do Brasileirão na época, marcando 29 gols em 28 partidas. O título, contra o Palmeiras, veio para coroar um ano perfeito de Edmundo que, para muitos, foi o melhor jogador do Mundo na temporada, porém, por jogar no Brasil, acabou não sendo reconhecido pela FIFA.
Após a conquista, a Fiorentina, entusiasmada pelo seu futebol, decidiu levar Edmundo para a Itália. Além disso, foi convocado para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1998, na França. Mesmo fora do clube, Edmundo fazia questão de demonstrar o seu amor pelo Vascão, que comemorava o seu centenário. Por conta da saudade de casa, retornou em 1999 à São Januário em uma transição de R$15 milhões, a mais cara do Brasil na época. Em sua volta, o Vasco chegou a uma nova final, desta vez da Taça Rio, contra o Flamengo. Novamente, Edmundo acabou com o jogo fazendo dois gols e decretando mais um título para o Gigante.
No ano seguinte, durante a disputa do Mundial de Clubes da FIFA, o camisa 10 vascaíno mostrou todo seu talento ao fazer um belo gol contra o Manchester United (ING), que era o atual campeão europeu e intercontinental. Edmundo aplicou um belo chapéu de costas no zagueiro Silvestre, na entrada da área, e tocou na saído do goleiro Bosnich. Porém, mesmo após perder a final do Mundial e ser transferido em 2000, o carinho da torcida com Edmundo não diminuiu. Prova disso foi o jogo contra o Cruzeiro, em 2001, na qual mesmo jogando contra o Vasco, a torcida o aplaudiu e gritou seu nome.
Por não conseguir ficar muito tempo longe do Gigante, em 2003, voltou à São Januário. Descendo pela segunda vez de helicóptero no gramado (a primeira vez foi no retorno de 1996), foi recepcionado pelos torcedores com os gritos de “Ah, é Edmundo”. Neste mesmo ano, Edmundo levou o Vasco a mais uma conquista, a do Campeonato Carioca, sobre o Fluminense. Mas, ao final do ano, foi novamente transferido, voltando somente cinco anos depois, no dia 21 de janeiro de 2008, para encerrar sua carreira no Vasco.
Adeus emocionante
O presidente Roberto Dinamite convidou Edmundo para fazer o seu jogo de despedida no dia 28 de março de 2012. O adversário escolhido foi o Barcelona (EQU), por ter sido o finalista da Libertadores em 1998, conquistava pelo Vasco, naquela que seria a partida dos sonhos de Edmundo. Ao final da goleada por 9 a 1, com direito a casa cheia, com mais de 21 mil vascaínos em São Januário e dois gols de Edmundo, que definiu aquele dia como: “O dia mais feliz da minha vida”.
Entrevista exclusiva ao Site oficial do Vasco:
“O que o Vasco representa para mim? Posso dizer que tudo! Foi o time que me acolheu. O time que me deu a oportunidade de sonhar. O clube que me apresentou para o futebol mundial. É o time que eu amo! (...) A diferença entre o Edmundo torcedor e jogador é que quando eu jogava, eu podia ajudar. Mas, torcer para o Vasco é bom de qualquer jeito. (...) Meu título inesquecível foi o Brasileiro de 97. Foi um ano muito especial na minha vida. Já meu gol favorito foi contra o Manchester no Mundial de 2000. Aquele gol foi uma das minhas maiores conquistas. Uma conquista pessoal! Carrego com carinho aquele momento mágico, e poucos sabem. Foi muito mais do que um gol. (...) Por fim, peço que os torcedores continuem com amor ao nosso time, porque vamos sair dessa e ainda seremos muitos felizes. Apesar da fase difícil, o Vasco está acima de tudo e de todos. Somos gigantes!” - Concluiu Edmundo.
Edmundo, sem dúvida, foi um dos jogadores mais talentosos que surgiram na Colina na década de 90. Habilidoso, destemido e bom finalizador, o atacante precisou de pouco tempo para conquistar o carinho dos vascaínos. Ao todo, foram 244 jogos pelo Vasco, com 137 gols marcados. Por tudo isso, agradecemos...
OBRIGADO, EDMUNDO!